Mas, o fato é que Joelma e Chimbinha mostraram ao público o seu 21º CD de estúdio, lançando grandes vibrações positivas para o novo CD do grupo. E parece que dessa vez o casal acertou. As últimas puxadas de orelha no casal, vindas de diversos fãs, parece ter surtido um pequeno efeito nesse que é o trabalho mais curto já lançado pela banda. É até notadamente visível que o novo CD do grupo parece ter vindo apenas para completar o repertório do próximo DVD da Calypso. passando-nos a impressão de um "trabalho rápido".
O novo CD vem intitulado com a que parece ser a próxima música de trabalho do grupo, "Vibrações". A música traz um ritmo clean que encanta (ou melhor, suaviza) os ouvidos. A música tinha tudo para ser aquelas músicas-chiclete, mas uma letra bem cadenciada, ritmada e romântica traz uma suavização carismática para a faixa. O ritmo que traz certa mistura entre um reggae leve e um mais agitado, que pode lembrar (mesmo que de longe) as batidas de "Xonou, Xonou", foi certo para o conteúdo da música.
Com 10 músicas, o ponto mais alto e esperado pelos fãs (ou, pelo menos, para mim) era a presença de músicas que resgatassem o calipso esquecido pelo grupo nos últimos trabalhos, desde o "Eternos Namorados" (que só contou com 2 faixas no ritmo - a citar, "The End" e "Eternos Namorados"). Sim, felizmente o casal trouxe o ritmo calipso de volta e, confesso, todas com potencial para entrarem no próximo DVD (e torço por isso!) e até mesmo a serem músicas de trabalho num futuro não muito distante.
Mas, se por um lado a batidinha incomoda, "Vamos ficar de bem" conquistou o público, sem espaço ou tempo para discussões ou arrodeios. A música, além de trazer o gostoso ritmo do calipso, também preza por uma composição que mescla, homogênea e cadenciadamente, arranjo e letra. A faixa traz grande força no gênero e acredito que disputa vaga das favoritas entre todas as faixas do CD.
"Meu novo amor" foi a segunda faixa a vazar na internet, logo depois de "Vibrações". Apesar da letra repetitiva e do toque, por vezes, enjoativo, a música é boa e não decepciona. Traz o calipso de origem e ainda nos leva por tons que sentíamos falta no som da banda e na voz de Joelma. "Pra mim valeu" é a outra faixa em ritmo calipso que também honra o ritmo, com arranjo e letra cadenciados e de grande capacidade de estar no DVD de 15 anos do grupo. É uma música com potencial disponível para ser trabalhado. Só basta a banda querer.
Na ala romântica, a partir da sexta faixa temos uma mescla de ritmos românticos que também agradam. "A saudade bateu", "Como eu te amei" e "Estrela do meu show" dão um show à parte no quesito romântico, mas sem muitas novidades no ritmo que a banda apresentou nos trabalhos anteriores. "Estrela do meu show", inclusive, mescla o romântico de uma batida que lembra "Não posso negar que te amo" ou "Quem ama não deixa de amar" com o calipso no refrão. Nota 10!
Já "Desculpas" é uma faixa incomum ao ritmo trazido pela Calypso, ficando totalmente no piano. A faixa é melancólica e, apesar da sonoridade repetitiva, a letra foi bem composta. E, para fechar o disco, a faixa gospel "O dobro da porção" tem qualificação autossuficiente para adentrar ao repertório do próximo DVD do grupo, perfazendo-se, ao meu ver, uma das melhores canções gospel já apresentadas pela banda.
O novo disco é pequeno, mas é durável. Diferente do "Eternos Namorados", em que as regravações faziam com que eu pulasse as faixas e, por isso, o CD se tornasse curto, em "Vibrações" eu sinto que, apesar do número reduzido de faixas, ouvi tudo que o trabalho tinha a me oferecer, já que as faixas foram bem preparadas. O retorno do calipso, mesmo que de maneira tímida, foi satisfatório e tem tudo para que em próximos trabalhos volte com ainda mais força.
Se a banda souber trabalhar bem o novo disco e inserí-lo quase que completamente no próximo DVD comemorativo de 15 anos, podemos ter a certeza que será um dos melhores trabalhos que a banda já realizou em âmbito de composição e arranjos desde o volume 14, um dos últimos melhores trabalhos do grupo. Dependendo de como a banda reagir quanto à divulgação do trabalho, as vibrações positivas já virão da própria qualidade do disco, cabendo aos fãs e ao público em geral desfrutar de um trabalho com gostinho de quero mais.